O cinema fora do armáriocartografia dos personagens homossexuais no cinema brasileiro (1920-2017)

  1. Nascimento, Francisco Arrais
  2. Martínez-Ávila, Daniel 1
  1. 1 Universidad de León
    info

    Universidad de León

    León, España

    ROR https://ror.org/02tzt0b78

Aldizkaria:
Estudios LGBTIQ+, Comunicación y Cultura

ISSN: 2792-3622

Argitalpen urtea: 2022

Zenbakien izenburua: Dossier Temático: Memorias, espacios y masculinidades disidentes

Alea: 2

Zenbakia: 1

Orrialdeak: 91-115

Mota: Artikulua

DOI: 10.5209/ESLG.80940 DIALNET GOOGLE SCHOLAR lock_openSarbide irekia editor

Beste argitalpen batzuk: Estudios LGBTIQ+, Comunicación y Cultura

Laburpena

Objetivou-se cartografar as produções cinematográficas brasileiras que apresentam em seu enredo fílmico personagens homossexuais, identificando-os, de modo a compreender como as em sexualidades não hegemônicas foram representadas no cinema brasileiro no período de 1923-2017. Sob perspectiva foucaultiana, utilizou-se da cartografia de documentos, identificando-se 208 produções que apresentam em seu enredo personagens homossexuais ou que representem as sexualidades não hegemônicas. Ao adentrar o domínio das sexualidades não hegemônicas emerge-se um cenário balizado por um construto social multifacetado, dissidente e fronteiriço que atua não somente como forma de legitimação, mas constitui-se enquanto resistência. Ressalta-se que, o perspectiva da biologia atua enquanto um agente naturalizador da desigualdade em uma divisão binária, socialmente construída com o intuito de ocultar mecanismos que operam em prol da manutenção do poder, apagando toda forma de contestação e consequentemente de mudança social. Com isso, as memórias subterrâneas insurgem em cenários específicos onde as representações de sujeitos abjetos são influenciadas por contextos sociais, políticos, econômicos e culturais para além das lutas nas quais os grupos marginalizados auferem espaço.

Erreferentzia bibliografikoak

  • Albuquerque Jr, D. M. d. (2009). A invenção do nordeste e outras artes. 4. ed. São Paulo: Cortez.
  • Arboit, A. E., & Guimarães, J. A. C. (2015). The Ethics of Knowledge Organization and Representation from a Bakhtinian Perspective. Knowledge Organization, 42(5), 324–331. https://doi.org/10.5771/0943-7444-2015-5-324
  • Arboit, A. E. (2017). Representação do conhecimento como ato ideológico. Logeion: Filosofia da Informação, 4(1), 154–166. https://doi.org/10.21728/logeion.2017v4n1.p154-166
  • Beauvoir, S. de. (1967). O segundo sexo: a experiência vivida. Tradução de Sérgio Milliet, 2, São Paulo: Difusão Européia do Livro.
  • Costa, J. F. (1992). A inocência e o vício: ensaios sobre o homoerotismo. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.
  • Bourdieu, P. (2012). A dominação masculina. Pierre Kühner. 11 ed. Rio de Janeiro 160p. Bourdieu tradução Maria Helena Bertrand Brasil.
  • Butler, J. (2002). Cuerpos Que Importan: Sobre Los Lcmites Materiales y Discursivos del Sexo / Bodies That Matter (Genero y Cultura). Ediciones Paidos Iberica.
  • Butler, J. P. (2003). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de janeiro: Civilização Brasileira.
  • Castle, T. (1999). A cultura do travesti: sexualidade e baile de máscaras na Inglaterra do século XVIII. In: G. S. Rosseuau & R. Porter. Submundos do sexo no Iluminismo. Rio de Janeiro: Rocco.
  • Veras, E. F.; Pedro, J. M. (2014). Os silêncios de Clio: escrita da história e (in)visibilidade das homossexualidades no Brasil. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 6, n.13, p. 90-109, set./dez.
  • Cowan, B. (2014). Homossexualidade, ideologia e “subversão” no regime militar. In: J. Green & R. Quinalha. Ditadura e homossexualidades: repressão, resistência e a busca da verdade. São Carlos: EdUFSCar,
  • Danner, F. & Oliveira, N. de. (2009). A genealogia do poder em Michel Foucault. In: Anais da Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação, Porto Alegre: PUCRS, 2009. pp.786-794.
  • Deleuze, G. (1990). O que é um Dispositivo. Deleuze, Gilles. ¿Que és un dispositivo? In: Michel Foucault, Filósofo. Barcelona: Gedisa, pp. 155-161.
  • Firmino, F. H., & Porchat, P. (2017). Feminismo, identidade e gênero em Judith Butler: apontamentos a partir de “problemas de gênero”. Doxa: Revista Brasileira de Psicologia e Educação, 19(1), pp.51–61. https://doi.org/10.30715/rbpe.v19.n1.2017.10819
  • Foucault, M. (1979). Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Edições Graal.
  • Foucault, M. (2013). Vigiar e punir: história da violência nas prisões. 41.ed. Petrópolis: Vozes.
  • Guimarães, J. A. C. (2017). Slanted knowledge organization as a new ethical perspective. In. L. Andersen & L. Skouvig. The Organization of Knowledge. Emerald Publishing Limited. pp.87-102.
  • Green, J. N.; Quinalha, R. (2014). Ditadura e homossexualidades: repressão, resistência e a busca da verdade. São Carlos: EdUFSCar.
  • Morando, L. (2014). Por baixo dos panos: repressão a gays e travestis em Belo Horizonte (1963-1969). J. Green & R. Quinalha. Ditadura e homossexualidades: repressão, resistência e a busca da verdade. São Carlos: EdUFSCar, pp.53-81.
  • Moreno, A. do N. (1995). A personagem homossexual no cinema brasileiro. 148 f. Dissertação (Mestrado em Artes) - Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas – SP.
  • Moreno, Antonio (2001). A Personagem Homossexual no Cinema Brasileiro. Rio de Janeiro: Funar-te/ Eduff.
  • Orlandi, E. P. (1999). Maio de 1968: os silêncios da memória. In: P. Achard, J. Davallon, J.-L. Durand, M. Pêcheux, E. P. Orlandi. Papel da memória. Campinas: Pontes, pp. 59-69.
  • Pollak, M. (1989). Memória, esquecimento, silêncio. Revista estudos históricos, 2(3), 3-15.
  • Pollak, M. (1992). Memória e identidade social. Revista estudos históricos, 5(10), 200-215.
  • Prins, B., & Meijer, I. C. (2002). Como os corpos se tornam matéria: entrevista com Judith Butler. Revista Estudos Feministas, 10(1), 155–167. https://doi.org/10.1590/s0104-026x2002000100009
  • Rich, A. (1993). Compulsory Heterosexuality and Lesbian Existence. In: Gelp, B. C. & Gelp, A. (editores). Adrienne Rich's Poetry and Prose. New York/London: W.W. Norton & Company.
  • Rossini, M. de S. (2004) Discursos sobre identidades culturais no cinema brasileiro dos anos 90. Anais do IV Encontro de Núcleos de Pesquisa da INTERCOM. Porto Alegre.
  • Salles, A. C. de M.; Fernandes, F. S., & Maluf- Souza, O. (2015). A MPB no regime militar: silenciamento, resistência e produção de sentidos. RUA, 21(2), 341-361. https://doi.org/10.20396/rua.v21i2.8642477
  • Silva, N. de F. (2016). Ditadura civil-militar no Brasil e a ordem de gênero: masculinidades e feminilidades vigiadas. Mosaico, 7(11), 64-83. https://doi.org/10.12660/rm.v7n11.2016.64778
  • Thiesen, I. (2013). Memória institucional. João Pessoa: Ed. UFPB.
  • Jesus, J. Gomes de. (2012). Orientações sobre a população transgênero: conceitos etermos. Brasília.
  • Góis, João Bôsco Hora. Homossexualidades projetadas. (2002). Revista Estudos Feministas, v. 10, n. 2, p. 515-518.
  • Rodrigues, R. De Cássia Colaço. (2012). Homofilia e homossexualidades: recepções culturais e permanências. História (São Paulo), v. 31, p. 365-391.
  • Sales Filho, V. V. (1995). Pornochanchada: doce sabor da transgressão. Comunicação & Educação, n. 3, p. 67-70.